IGIABA SCEGO, TRADUTORA DE AFETOS: UMA LEITURA DE CAMINHANDO CONTRA O VENTO, DE CAETANO VELOSO

Breno Fernandes

Resumo


Caminhando contra o vento, da escritora Igiaba Scego, um livro sobre Caetano Veloso, é de difícil categorização. Scego pressupõe um leitor que não conhece a trajetória de Caetano Veloso, sua proposta estética tropicalista ou contexto sociopolítico no qual ele surgiu e se consolidou na música brasileira. Por isso a escritora faz questão de explicar todos esses pontos, embora hora nenhuma considere estar produzindo uma biografia, ou ensaio, ou crítica cultural. Ademais, a própria noção de explicar é problematizada quando ela afirma: “É difícil explicar um amor. Então não vou lhes explicar Caetano Veloso”. Ao se referir ao próprio texto, Scego fala no início em fluxo de consciência e, no final, alega ter escrito a história de Caetano entrelaçada à sua. Porém este ensaio deseja propor outra classificação, colhida na obra da própria escritora. É possível ler Caminhando contra o vento como uma tradução afetiva da música e da figura de Caetano Veloso. Uma tradução em que não é a cultura brasileira, e sim os afetos, os efeitos estéticos gerados pela obra e pela persona de Caetano Veloso, que se colocam na cena do processo criativo de Igiaba Scego. Busca-se, portanto, apresentar, definir e refletir sobre as potencialidades do conceito de tradução afetiva enquanto uma espécie de gênero literário, a fim de tanto interpretar o livro de Scego quanto fazer outros usos, ainda em aberto.

Palavras-chave


Caetano Veloso; Igiaba Scego; tradução afetiva; tradução cultural

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