ANTI-ETHOS E RAÇÕES DE RAÇA: MACHADO DE ASSIS E A LITERATURA AFRO-BRASILEIRA

Luciano Barbosa Justino

Resumo


Parto aqui da premissa de que a obra de Machado de Assis constitui uma recusa de toda ontologia racialista, daí sua difícil relação com a literatura afro-brasileira nos termos como esta tem sido conceituada. Meu objetivo é demonstrar que sua crítica da tão buscada literatura nacional, premissa artístico-literaria de seus contemporâneos, é parte de um projeto maior de desconstrução do primado epistemológico da raça, indissociável da ideia de nação no contexto da ideologia senhorial brasileira do século XIX, cujas premissas ainda não foram de todo problematizadas pela crítica em torno da literatura afro-brasileira. Para tanto, inicialmente, discorro sobre o conceito de literatura afro-brasileira tal como formulada por Eduardo de Assis Duarte e como a obra de Machado de Assis é nela de difícil inserção, lendo cinco fragmentos machadeanos em diálogo com Achille Mbembe, Paul Gilroy, Stuard Hall, Kwane A. Appiah e bell hooks; para em seguida retomar o conceito de escrevivência de Conceito Evaristo e de outsider within de Patrícia Hill Collins como conceitos meta-críticos instigantes para dar conta da potência dos pobres, sobretudo das agências negras e de mulheres, e de seus processos de singularização como deslocamento das ontologias racialistas na obra do “Bruxo de Cosme Velho”.

Palavras-chave


Machado de Assis; literatura afro-brasileira; escrevivência; outsider within

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