A FALTA QUE FALA

Cleise Furtado Mendes

Resumo


Este artigo revisita algumas teorias em que a melancolia é vista como posição subjetiva intrinsecamente relacionada à vertente poética da experiência humana, observando certas mutações históricas do conceito e buscando flagrar expressões desse vínculo em exemplos da poesia lírica e dramática. A peça O rinoceronte, de Ionesco, encenada pela primeira vez em 1959, na Alemanha, pode ser lida como alegoria das vicissitudes sociais e afetivas de cidadãos vivendo em qualquer tempo-espaço dominado pelo pensamento totalitário. Por esse trajeto interpretativo, a peça expõe os riscos da inércia e do fatalismo melancólico e nos oferece a imagem vívida de um paralelo inquietante, quando projetada sobre certas cenas de convívio humano na vida brasileira dos últimos anos.

Palavras-chave


Melancolia, invenção poética, dramaturgia, O Rinoceronte.

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Revista Brasileira de Literatura Comparada, ISSN 0103-6963, ISSN 2596-304X (on line)

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